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Origens do Canil / Kennel Origins:

Origens dos Terranova / Newfoundland Origins:

Há muitas notícias contraditórias sobre a origem do terranova. É acordado apenas que ele é uma das mais antigas raças de cães existentes hoje. A raça parece ter a sua origem na Terranova, onde esqueletos de cães gigantes foram descobertos em cemitérios índios datando do 5 º século dC. Uma das mais atraentes especulações repousa sobre a lenda que, quando Leif Erikson descobriu a América do Norte cerca de 1000 dC, levava a bordo do seu barco um grande cachorro preto semelhante a um terranova, chamado "Oolum”.

 

É registado também, que no início do século XIX alguns noruegueses ainda mantinham e utilizavam cães do tipo terranova, como cães de caça ao lobo e ao urso – era o cão que ficou conhecido como o “grande cão urso preto”. O primeiro registo do terranova na ilha - cujo nome ele suporta - data de 1732, quando um autor desconhecido escreveu, "O cão urso de uma grande dimensão é muito atento, a sua função é a guarda de um tribunal ou de uma casa, e tem uma voz de trovão."

 

O que nos leva até Erik o Vermelho, um norueguês fora-da-lei, que por três anos, a partir de 982, foi exilado da Escandinávia, devido a assassinato. Erik, partiu para as costas da Gronelândia para a explorar e fundou dois assentamentos. Leif, o filho de Erik, que tinha boas noções de navegação, por volta do ano 1000, acreditando numa história de que haveria terras para além da Gronelândia (sul), remou para o sul, onde encontrou terras bastante arborizadas, e mais tarde sinais de povoamento, onde desembarcou para fazer contacto com os habitantes nativos (inuits/esquimós/índios americanos). 

 

Leif nomeou aquela terra de Vinland (para atrair mais nórdicos, sendo que significa terra das vinhas), e chamou os habitantes locais de Skraelings - que quer dizer feios - já que os índios eram muito diferentes do que eles estavam acostumados. A convivência com os índios foi pacífica durante todos os meses de acampamento, onde trocaram peles e couro por tecidos nórdicos, e Leif fundou ali L'Anse-aux-Meadows, a cidade que tinha uma população de cerca de trinta pessoas, e voltou à sua terra para buscar mais habitantes, porém soube que seu pai (Erik o Vermelho) havia morrido e teve que assumir a Vila Brattahlid em seu lugar.

 

Mesmo assim, as pessoas continuaram a ir para a nova vila até ao ano de 1012, quando a população indígena (o povo inuit) invadiu e destruiu quase todas as casas. As que sobreviveram foram encontradas, junto com resquícios de cerâmicas Vikings, em escavações realizadas em 1962, o que veio provar de facto a existência de Vinland. Também, por isso, alguns historiadores preferem considerar como o real descobridor da América, não Cristóvão Colombo, mas sim Leif Eriksson.

 

Ora para além dos esqueletos de cães possantes (em tudo muito semelhantes aos actuais terranovas) encontrados nas pesquisas arqueológicas em Anse-Aux-meadows, também em "Brattahlid“ -  a exploração agrícola pertencente a Erik o Vermelho na Gronelândia, (Gronelândia descoberta por Eric o Vermelho, em 982 dC) -  têm sido encontrados restos de um grande cão, possante, com longas patas.

Desta forma, temos agora confirmado que existia um número razoável destes cães na Noruega, na altura dos Vikings, mas estes cães não desapareceram com o fim da idade Viking. Nas zonas em que existiam, o cão sueco era conhecido pelos agricultores e proprietários como Fähund e Vallhund. A raça norueguesa – correspondente - era conhecida como Nauthund, Fehund, Bjørnehund, Buskapshund ou até mesmo grandes Buhund. Embora alguns destes cães noruegueses – Nauthund ou Fehund – poderiam ser de cor branca com grandes manchas, a cor mais escura era de longe a mais comum. 

 

Outro desenvolvimento para a raça, surge com a peste negra (que chega à Noruega, em 1349), devastadora tanto para o homem como para os seus animais, cães incluídos. Uma consequência desta dizimação foi a redução do número de seres humanos e seus animais domésticos, que se já anteriormente isolados, ainda se tornam mais isolados na floresta nórdica após esta catástrofe. Assim, pode-se facilmente compreender que, nestes tempos, com os pastores e populações isolados nestes ermos, rondados por lobos, ursos e linces, a necessidade de manter estes cães permaneceu.

Olaus Magnus, que foi um arcebispo, em Uppsala, na Suécia, escreveu: "valente e terrível”, como os cães mostram essas características contra os "animais perigosos" escreve ele, e especialmente contra o lobo. Contra os lobos e outros predadores, logo supõe-se ser de grande tamanho e força, muito ao contrário dos pequenos Spitz-tipo, típicos da Escandinávia, actualmente.​

Para além disso, mesmo no caso dos contos tradicionais noruegueses, podemos encontrar referências ao Fehund, onde o gado bovino dos duendes pastava à noite, guardado por uma "budeie" (mulher) e grandes cães pretos. Os Fehund / Nauthund foram mantidos como guardiões do gado bovino, e não para os ovinos. Esses cães também foram chamados Bjørnehund (cão-urso), não porque eram utilizados na caça de ursos, mas devido às suas semelhanças com aquele animal.

O Fehund / Nauthund da Noruega têm sido uma parte importante da história norueguesa, defendendo os animais domésticos – e os seus proprietários - contra lobos, ursos e linces, e podemos encontrar referências a esses cães, o mais cedo na idade Viking ( 793-1066dC), e todo o caminho até meados dos anos 1800's. Mas, como muitas outras raças molossóides em outras partes do mundo, o Fehund tornou-se extinto quando os predadores foram dizimados, e os grandes guardiões de rebanhos já não eram necessários.Porém, é possível que alguns Fehunds tivessem sobrevivido em lugares remotos e isolados até 1900 dC.

Contudo, falta ainda compreender as respostas para a origem do cão-urso da Noruega, e a origem dos grandes cães encontrados na forma de ossadas, na própria Terranova, remontando a épocas anteriores à chegada dos Vikings. A verdade é que existem semelhanças espantosas entre o terranova e o mastim do Tibete. Os cachorros terranova e os cachorros mastim do Tibete confundem-se facilmente e cães negros de ambas as raças podem facilmente ser confundidos por “um olho menos experiente”. 

 

Pensa-se que os cães do tipo mastim foram introduzidos na Grécia e Médio Oriente por “Alexandre o Grande”, estes cães foram provavelmente trazidos do Tibete e posteriormente foram introduzidos “em larga escala” na Europa pelas conquistas romanas a partir dos seus descendentes localizados na Grécia, Médio Oriente e Ásia Menor.

 

Marco Polo, durante as suas expedições no Oriente, relatou um cão do tipo mastim, gigante, encontrado nas estepes asiáticas e nos sopés dos Himalaias, usado para guardar rebanhos de ovinos e de yaks. De facto, Marco Polo a quando da concretização da chamada “Rota da Seda”, narra-nos que em 1271 observou cães tremendos à porta do tribunal do “Grande Mogul”, tão grandes como um burro, de patas altas, a rondarem cerca de 1,20m e descendentes do lobo negro tibetano.

 

Será então uma linhagem destes cães do tipo mastim, trazidos por Alexandre o Grande - introduzidos posteriormente pelos romanos na Europa Central - que  terá atingido a Escandinávia , originando o grande Cão Urso Negro dos vikings. O estado actual do mastim do Tibete, reporta-nos a um cão de dimensões médio-grandes, mas a verdade é que as referências iniciais – incluindo as primeiras referências europeias – reportam-nos a cães com cerca de 1m a 1,20m na cernelha, a rondarem cerca de 100 Kg de peso. 

 

Mas se a origem do grande cão Urso Negro dos vikings encontra aqui uma explicação plausível para a sua origem, resta a questão da origem das ossadas de grandes cães, encontradas em  achados arqueológicos na Terranova. Aqui muito provavelmente a origem de ambos animais é comum, remontando a origem do cão encontrado nos achados arqueológicos da Terranova aos ancestrais do mastim do Tibete.

 

Mas como é que estes mastins originários das zonas asiáticas atingiram o Continente Americano? Hoje sabe-se que duas grandes migrações humanas foram efectuadas pelo estreito de Bering, entre a Ásia e a América do Norte, sendo que a última terá ocorrido entre 10 000 a 15 000 anos atrás, quando a camada de gelo o permitia. É então muito provável que os povos asiáticos – os quais foram originar os povos ameríndios – levassem consigo possantes cães ancestrais do mastim do Tibete. Estes povos foram  progredindo – conjuntamente com os seus cães – pelo continente americano colonizando (entre outros) a Terranova.

 

Estes ancestrais comuns ao mastim do Tibete seriam então, também, descendentes do lobo tibetano (Canis lupus chanco), o qual habita – actualmente – partes da China central, sudeste da Rússia, regiões da India, Manchúria , Butão, Tibete e Himalaias. A variedade tibetana é maior e apresenta uma pelagem mais abundante no dorso e à volta do pescoço, sendo frequentemente de cor negra. Uma outra hipótese é de que os lobos tibetanos tivessem  migrado também pelo estreito de Bering e sofressem uma domesticação posterior.

 

Hoje sabe-se que a origem do cão doméstico não ascende a uma situação pontual de domesticação de apenas uma subespécie do lobo cinzento (Canis Lupus lupus), mas sim a várias domesticações - geográfica e temporalmente espaçadas – de várias subespécies do lobo cinzento, o que reforça a hipótese do mastim do Tibete (e consequentemente o terranova) descenderem do lobo negro tibetano. É assim que, muito provavelmente, cães com ascendência comum se reencontrassem na Terranova, quando os vikings colonizam esta ilha.

Carlos Silva, 12/10/2018

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Últimos dados filogenéticos:

Dentro em breve publicaremos novas referências - geneticamente baseadas- sobre a ancestralidade genética do Terra Nova.

Origens Tursiops

O nome do nosso canil provém de um dos simbolos da cidade de Setúbal – o Roaz, também conhecido como Roaz Corvineiro. Este nome comum tem origem nos pescadores da zona de Setúbal, uma vez que afirmavam que o golfinho roía as redes (Roaz), com a finalidade de roubar as corvinas (Corvineiro).

 

Na zona do estuário do Sado, habita uma população residente, daí o conhecimento por parte dos pescadores e da população da cidade. A população actual de Roazes (2018) está estimada em 30 indivíduos.

 

Noutros locais é conhecido por golfinho nariz de garrafa ou golfinho comum. O seu nome cientifico é Tursiops truncatus, daí a escolha do nome, também derivada da afinidade da raça pela água.

Desde cedo a paixão pela raça surgiu através das várias descrições e referências à mesma, como a descrição e devoção de Lord Byron ao seu adorado terranova “Boatswain”. 

 

Lord Byron, poeta e romancista britânico, sexto Barão Byron, nascido em Londres em 1788 e dono do terranova Boatswain ao qual dedicou um memorial na Abadia de Newstead, propriedade de Byron. 

Boatswayne, morreu de raiva e nunca Lord Byron temeu ser mordido pelo seu querido terranova, cuidando dele até o fim. Em 1808 Lord Byron dedicou-lhe o seguinte memorial na sua tumba:

"Perto daqui
Estão depositados os despojos daquele
Que possuía Beleza sem Vaidade,
Força sem Insolência,
Coragem sem Ferocidade,
E todas as virtudes do Homem sem seus Vícios.
Este elogio, que seria uma Adulação sem sentido
Se escrito fosse sobre Cinzas humanas,
É somente um justo tributo à Memória de
BOATSWAIN, um CÃO
Que nasceu em Newfoundland em maio de 1803,
E morreu em Newstead, em 18 de novembro de 1808."

Mais tarde veio o contacto directo com cães terranova e a partir daí a paixão tornou-se definitiva e irreversível – tanta energia, generosidade e afecto no formato de autênticos ursos, sim, porque quem vê um terranova pela primeira vez fica na dúvida se efectivamente estará a olhar para um cão. A paixão destes cães pela água e o seu instinto de salvamento foram também factores determinantes.

A decisão de adquirir finalmente um terranova surge em 1999, após um “encontro”, numa exposição canina com o “Ator do Vale do Arda”. Em 2000 adquiri um filhote daquela “imensidão de afecto transbordante”, um delicioso urso. Este filhote transformou-se num maravilhoso exemplar, de nome “Fozzy”. O afixo Tursiops foi criado em 2004 de acordo com as normas FCI e CPC. A primeira ninhada foi concebida em 2007.

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